Como se proteger do mosquito da dengue e zika: Guia de A a Z

A melhor maneira de se proteger da dengue e da zika até o presente momento é evitando a picada do mosquito Aedes aegypti!

Uma vacina contra a Dengue acaba de ser licenciada pela ANVISA, mas ainda não está disponível! Falarei sobre ela em breve e deixarei um link aqui!

Por hora, serão discutidas medidas que podem ser adotadas com o objetivo de não se tornar alvo do mosquito!

#1. O que pode ser feito?! Explicaremos aqui!

Evitando os mosquitos:

A. Proteção mecânica: utilizar roupas com as mangas longas e calças compridas. Evite roupas escuras (atraem mais insetos) e as roupas finas ou que ficam muito coladas ao corpo pois elas não impedem a picada.

B. Nos períodos do nascer e do pôr do sol as janelas devem ficar fechadas, o que reduz a entrada de muitos mosquitos.

Os mosquitos como o Aedes aegypti atacam mais durante as primeiras horas da manhã e no final da tarde. Possuem predileção pelo tornozelo!

Então, a criança deve ser protegida, quando está brincando fora de casa, com roupas que cubram esta parte do corpo.

O uso do ar condicionado também ajuda a manter os mosquitos afastados.

C. Existem produtos que podem ser utilizados nas roupas, como a permetrina 0.5% em spray (para ser aplicado apenas nas roupas e telas de janelas e não diretamente sobre a pele)

D. Instalar telas e mosqueteiros. Eles podem ser tratados com a permetrina em spray e alguns já estão disponíveis com a substância repelente.

E. A dedetização por empresa especializada reduz a quantidade de mosquitos na casa, mas deve-se seguir todas as orientações de tempo de afastamento da casa e limpeza após a sua realização.

F. Os repelentes elétricos (de ligar na tomada) são úteis e diminuem a entrada dos mosquitos quando colocados próximos das janelas e portas.

Deve-se tomar cuidado com os repelentes líquidos que podem ser retirados da tomada pela criança e acidentalmente ingeridos.

G. Aparelhos ultrassônicos (como aplicativos de celular) ou que emitem luzes não possuem eficácia comprovada.

H. Realizar a limpeza do terreno da casa e, se possível, de terrenos, praças ou casas próximas, além da retirada de lixo e entulhos que possam acumular água parada que servem como local de criação de novos mosquitos.

E os repelentes tópicos (de passar na pele)?

I. Os repelentes tópicos podem ser usados para passeios em locais com maior número de insetos como praias, fazendas e chácaras, não devendo ser utilizados durante o sono noturno ou por períodos prolongados.

Lembrem-se! O mosquito da dengue e zika tem hábitos diurnos (pica durante o dia!).

J. Os repelentes atuam formando uma camada de vapor com cheiro que afasta os insetos.

Sua eficácia pode ser alterada por vários fatores:

  • Concentração da substância
  • Substâncias exaladas pela própria pele
  • Fragrâncias florais
  • Umidade
  • Temperatura
  • Gênero (menor eficácia em mulheres)

De modo que um repelente não protege de maneira igual a todas as pessoas.

L. Atualmente, as substancias mais utilizadas são DEET, Icaridina, IR3535 e os óleos naturais.

As tabelas a seguir resumem os dados de algumas marcas disponíveis no mercado por faixa etária.

As informações são fornecidas pelos fabricantes e foram extraídas dos rótulos dos produtos:

A partir de 6 meses:

A partir de 2 anos:

A partir de 12 anos:

* Dado não informado

** Valor divulgado pela Drogaria Araújo

M. Nunca aplicar na mão da criança para que ela mesma espalhe no corpo. Elas podem esfregar os olhos ou mesmo colocar a mão na boca.

N. Aplicar a quantidade e intervalo recomendados pelo fabricante, lembrando que a maioria dos repelentes atuam até 4 centímetros do local da aplicação.

O. Não aplicar próximo da boca, nariz, olhos ou sobre machucados na pele e seguir as orientações do fabricante guardando a bula ou embalagem para posterior consulta, em caso de ingestão ou efeitos adversos.

P. Assim que não for mais necessário, o repelente deve ser retirado com um banho com água e sabonete.

Q. Não permitir que a criança durma com o repelente aplicado. Apesar de seguro se usado corretamente, o repelente é uma substância química e pode causar reações alérgicas ou intoxicações na criança quando utilizado em excesso.

R. Repelentes com hidratantes ou protetores solares devem ser evitados, pois essas associações não são recomendadas em crianças.

Os repelentes reagem com os protetores solares e acabam por reduzir o efeito do protetor quando aplicados juntos.

Além disso, a recomendação é de que o filtro solar seja reaplicado a cada 2 horas, o que poderia expor a criança a quantidades tóxicas do repelente.

S. A apresentação em loção cremosa é mais segura do que a apresentação em spray e deve ser preferida nas crianças.

T. Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias.

Podem ser utilizados em qualquer ambiente da casa desde que estejam, no mínimo, a 2 metros de distância das pessoas.

U. Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela ANVISA até o momento.

Atenção ao utilizar pulseiras de citronela, pois além da baixa eficácia já foram relatados casos de alergia no local do contato com a pele.

Uso de repelentes por gestantes:

V. Produtos repelentes de uso tópico (aplicados na pele) podem ser utilizados por gestantes, desde que estejam devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo.

Estudos conduzidos em humanos durante o segundo e terceiro trimestres de gestação e em animais no primeiro trimestre indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por gestantes é seguro.

X. Além do DEET, no Brasil, são utilizados em cosméticos as substâncias repelentes Icaridina, IR3535, além de óleos essenciais como citronela.

Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em produtos cosméticos conforme compêndios de ingredientes cosméticos internacionais e estão dentre os regularizados nos Estados Unidos.

Isolamento do paciente (durante a primeira semana de adoecimento):

Z. Para minimizar o contato do mosquito com o doente, recomenda-se:

– A pessoa infectada deve repousar sob mosquiteiros impregnados ou não com inseticida

– O paciente e os demais membros da família devem usar mangas compridas para cobrir as extremidades

– Usar telas protetoras nas portas e janelas

Fonte:

1. Sociedade Brasileira de Pediatria – Conversando com o Pediatra e Folder

2. Sites: Exposis, OFF! e SBP

3. Drogaria Araújo

André Botinha

André Botinha

Pediatra especializado nos primeiros 1000 dias de vida, incluindo a gestação e os 2 primeiros anos.

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